PATINHO QUERERÉ E O GATO
PITOMBO
Martha Lívia Volpe Orlov
Esta estória é dedicada ao meu netinho
Luca.
Luca,
o mundo está melhor porque você nasceu!
Patinho Quereré nasceu, isto
é, saiu do ovo, perto da lagoa.
O ninho era macio,
quentinho. Patinho saiu e foi ficando por lá, olhando ao redor. Outros patinhos
foram saindo dos ovos. Ao todo sete.
Mamãe pata ficou lá,
recepcionando seus filhinhos recém-nascidos.
Quando todos saíram ela
falou: este é o nosso mundo, olhem tudo por aí e vão aprendendo; sejam
bem-vindos à fazenda, onde moramos.
Os patinhos foram aos poucos
dando os primeiros passinhos fora do ninho e olhando tudo ao redor. Quereré
olhava seus irmãos e ia crescendo; mas seus irmãos olhavam de modo estranho
para ele; ele não sabia por quê.
Um dia mamãe pata achou que
já era hora de aprender a nadar na lagoa. E lá foram eles em fila, atrás da
mamãe.
Quando chegaram, um por um
chegava até a beirada da água e mamãe batia as asas na água para que se
molhassem e perdessem o medo.
Eles se olhavam no espelho
d´água e admiravam sua própria figura. Chegou a vez de Quererá e ele levou um
susto: ele não era branco como seus irmãos; era pretinho, bem pretinho,
inteirinho preto.
Além do susto, a questão:
porque só ele era preto, se seus irmãos eram brancos? Foi ficando isolado dos
irmãos, perguntou à mamãe e ela disse que ele era apenas diferente.
Mas Quereré não conseguia
ficar junto de seus irmãos, sentindo-se diferente. Ficava sempre de lado,
olhando tudo e um pouco triste.
Não brincava na água, espalhando pingos de
todo lado como os outros patinhos e outros patos da fazendo. Não nadava alegre
como seus irmãos.
E assim foi ficando calado e
triste.
Do outro lado da fazenda
havia uma ninhada de gatinhos que também iam crescendo.
Todos brincavam muito,
rolavam pelo chão, subiam nos arbustos, eram muito alegres, menos um deles, o
Pitombo.
Pitombo não brincava como os
outros. Ele era branco e gordinho demais; seus irmãos eram mais magros e
pretinhos; também olhavam para ele de modo estranho. E assim foi ficando de
lado, calado e triste.
Não é que um dia se
encontraram Quereré e Pitombo?
Olharam-se e sentiram que
tinham alguma coisa em comum: eram calados e tristes e não brincavam com seus
irmãos. Mas se deram bem e começaram a brincar: imaginem só: um patinho preto e
um gatinho branco gorducho.
Aos poucos as coisas foram
mudando: ao brincarem juntos deixaram de lado a mudez e a tristeza. Seus irmãos
começaram a olhar para eles com simpatia. Alegres começaram a se enturmar uns
com os outros, e a vida seguiu normalmente.
Um final feliz porque as
diferenças se harmonizaram: patinho preto e gatinho branco gorducho; patinho
preto com patinhos brancos; gatinho gordo com gatinhos magros.
Diferentes e diferenças! E o
mundo inteiro não é assim?
* *
* *
Proposta aos professores: trabalhar
o respeito aos diferentes, de acordo com os parâmetros curriculares sugeridos
pelo MEC.
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